Sábado, 3 de Outubro de 2009
Como uma criança que copia sua lição várias vezes para não esquecer, também eu escrevo meu amor no papel para lembrar cada sentimento, sentir cada emoção, lembrar cada lágrima, e chorar cada saudade…
Meu amor de papel…
Escrevo nas linhas simples as rimas que o meu coração recita baixinho em cada batimento, apressado, assustado ou simplesmente aquietado. Junto nas palavras todo o eco que grita do meu ser…ou todo o vazio que preenche minha alma…
Os dias passados são depositados delicadamente nas folhas amareladas de um Outono por esquecer e que ainda valsa nos sentimentos, rodopiando ao sabor da brisa, trazendo sonhos que ficaram presos num amor… de saudade…
Há letras escritas em pedacinhos de papel, que de tão pequenos transformam-se em estrelas brilhantes que iluminam minhas noites de insónias, trazendo ao pensamentos palavras escondidas na alma que anseiam soltarem-se na quietude da noite…
Minha alma de papel…
Algumas palavras são escritas num tempo errado em que o papel, húmido de lágrimas caídas, se recusa a guardar. O futuro usado no sentimento chorado é logo apagado pela borracha da desilusão… Não se pode escrever o amanhã… Na folha de minha vida, o amor que será, ainda fica por escrever…
O papel do meu amor presente é todo aquele em que cabe teu nome. Não importa o tamanho nem a textura, se nele couber todas as sensações e todos os meus sentidos. Só tem de ser um papel resistente, capaz de aguentar a força das lágrimas e das desilusões e suficientemente macio para acolher as palavras suaves de um beijo…
O meu amor de hoje pode ser escrito num papel de embrulho, com as cores de um por de sol, a cor quente da areia de uma praia ou com o azul do mar… pode ter o brilho do luar ou as sombras de uma noite estrelada… Pode até trazer um laço para o enfeitar, com um nó bem apertado para não deixar nada escapar, depois de eu deixar escrito nele todas as linhas do…
Meu amor presente…
«O nosso amor é de papel (...) e no papel há-de ficar, para sempre escrito nas minhas palavras. E se um dia se transformar em qualquer outra coisa, será sempre numa outra forma de amor, porque o papel vem das árvores, mas o amor vem do amor e nunca morre, mesmo depois de cortado, prensado e transformado, porque amor é como plantar uma semente e tu já plantaste a tua no meu coração.»
(Margarida Rebelo Pinto)
Fátima
Lindissimo texto, Fátima; excelente mesmo. Depois terminas com um excerto da Margarida, de quem gosto muito e que nem me atrevo a comentar...
beijos de amizade
O teu amor de papel, nunca pode ser frágil, nem a força das lágrimas o pode apagar porque te vem da alma...
e a tua alma de papel é grande e linda, porque nela mora toda a tua enorme sensibilidade, todas as tuas emoções e todo o teu sentir...
por isso ela acolhe e aconchega o nome do teu amor de hoje, do teu amor presente.
Não importa em quê ou como seja escrito, porque gravado fica na tua alma.
Hoje é a minha vez de te pedir: Vê se consegues sorrir Fátima.
Um beijo com o meu enorme carinho por ti
De
Gaybriel a 4 de Outubro de 2009 às 18:51
Mais uma vez um texto belissimo, daqueles que só tu consegues sentir e escrever...Um amor escrito num papel, onde o tempo jamais conseguirá apagar, pois o que dizemos guardar no coração, na verdade fica na memória e essa muitas vezes atraiçoa-nos. BJ
De
Ἑλένη a 5 de Outubro de 2009 às 20:35
Não consigo...
Não consigo fazer um comentário , nem que pequeno seja aos textos que tu tão bem escreves.
O que queres que eu diga?
Lindo, simplesmente lindo...
Sei que se aprende a escrever mas não se aprende a recitar, a gritar, a chorar, a amar numa folha de papel!
Beijo
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