Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009

Uma noite de luar...

 

 

 

A casa estava adormecida e silenciosa. Tentava distrair-me com os segundos que passavam devagarinho nas horas projectadas no tecto do quarto, mas o sono não vinha…
Olhei para a noite através da janela e pareceu-me ver as estrelas a dançar. Moviam-se silenciosas numa valsa imaginada. Não resisti aos seus risinhos que soavam como pequenas campainhas aos meus ouvidos…
Levantei-me e segui o raio de luar que parecia um tapete, como num conto de fadas qualquer…
A noite estava magica. As estrelas pareciam crianças pulando e brincando. Riam-se e o som que se ouvia era uma doce melodia….
De repente já não era eu que ali estava mas sim uma miúda sardenta de cabelos compridos que esvoaçavam sempre que uma estrela mais atrevida rodopiava mais veloz…resisti a tentação de fazer uma trança…e esse movimento fez-me sorrir…sorrir de outros tempos…
Deixei-me levar pela estrela mais irrequieta… podia brincar, pular, dançar… corria por entre elas girando e sorrindo alegremente. Segui algumas delas, que atrevidas, lançaram-se num raio do luar, usando-o como um escorrega, mergulhando no mar. O mar abria seus braços e acolhia-nos sempre com muito cuidado, salpicando-nos de propósito fazendo com que o brilho das estrelas fosse ainda mais intenso… A lua benevolente sorriu ternamente, quando sacudi o cabelo fazendo mil gotas cair, orvalhando a noite serena… Parei junto dela o tempo de tomar fôlego para mais uma descida vertiginosa até ao mar que se abriam num abraço aconchegante e tão doce como o de uma mãe que espera acolher seu filho para o mimar….
Uma estrela mais medrosa pediu-me a mão e puxou-me para deslizamos pelo raio de luar…ouvi a lua murmurar: “que saudades de ti minha filha…”e tudo se iluminou a minha volta… Enquanto escorregava, sempre com a estrelinha segurando-me, vi o quanto a lua era magnifica, o quanto as estrelas se amavam umas as outras e talvez por isso apareçam sempre juntas e vi como o mar é majestoso…
Olhei para a terra e que bonita ela era…mas quando meus olhos se prenderam num rosto pálido, através de uma janela, o silencio  encheu-se de um gemido baixinho de dor…tão baixinho que a casa continuou adormecida…
A menina de sorriso alegre desapareceu, a descida vertiginosa tornou-se num regressar lento a realidade, as estrelas aquietaram-se de novo e a lua sorriu docemente apontando para a casa com um suave raio de luar…este iluminou suavemente o quarto e aquele rosto onde pequenos diamantes corriam em direcção a almofada molhada… estava na hora de voltar…
De voltar a realidade da dor…
 
Fátima
 

 


Segredo de... Fátima às 13:26
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3 comentários:
De avidaporumfio a 1 de Outubro de 2009 às 15:21
Olá, é muito bonito o que escreve, no entanto tem um final triste. Não sei se tem algum problema e se essa dor que descreve é real em si, espero que seja só poesia. No entanto acredite, que todos nós seres humanos, temos uma força enorme para suportar as nossas dores. Um beijo enorme.
Fique bem!


De Gaybriel a 1 de Outubro de 2009 às 18:02
Onde nos pode levar a imaginação? Tão longe...mas tão perto dos nossos sonhos, dos nossos desejos. Tão bom imaginar! Tão bom sonhar! Acordar é voltar à realidade, a mesma realidade que muda de um momento para o outro e se hoje é dor amanhã trará um sorriso. Um bj grande.


De mafalda-momentos a 3 de Outubro de 2009 às 00:44

Bela a tua imaginação Fátima.
Linda como a descreves.
Levou-te aos teus tempos de criança?
Por momentos fez-te sentir bem?
Quem me dera que em teu rosto não corressem pequenos diamantes em direcção á almofada.
Fantasia? Realidade?
Os sonhos doiem mais quando a realidade é cruel.
Deixo-te o meu sorriso que gostaria pudesse ser como o da tua lua, benevolente e terno.


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